Os lugares indígenas considerados sagrados denominados Kamukuwaká e Sagihengu, no Alto Xingu, no Mato Grosso, foram definitivamente tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Foto: Cafi |
Os dois lugares integram o Kuarup, a maior festa ritualística em homenagem a mortos ilustres entre os povos do Alto Xingu. Embora façam parte da festividade, ambos locais estão localizados fora da área do Parque Nacional, devido à redução dos limites originais do parque, inferiores ao território histórico de ocupação indígena.
Com o tombamento definitivo, cujo pedido foi realizado em 2008, o Iphan busca garantir a conservação e o direito de acesso das comunidades indígenas ao local. Outro objetivo é preservar a cultura nos aspectos espirituais e religiosos das comunidades que participam do rito.
Kuarup
O Kuarup é uma cerimônia anual, realizado no final da estação seca, entre agosto e setembro. O ritual presta homenagem póstuma a chefes e lideranças indígenas. A cerimônia estabelece o fim do luto e da tristeza, ao mesmo tempo em que restaura a alegria, a vida e o início de um novo ciclo vital.
Sagihengu é o lugar onde começa o Kuarup e onde as comunidades indígenas afirmam ter ocorrido o primeiro Kuarup em homenagem a uma mulher: a mãe. A cerimônia neste local homenageia a vida, apesar de ser uma cerimônia funerária.
Outro lugar sagrado é Kamukuwaká, considerado local de passagem de vida e morte. O lugar – uma caverna – era prisão, sepulcro e local de renascimento, onde o cacique Kamukuwaká e seus parentes ficaram encerrados.
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