Sem dúvida a história é boa e até comovente. Tem uma certa adrenalina, mas não passa de um filme direcionado aos amantes do alpinismo ou seus familiares. O diretor, o islandês Baltar Kormákur, é experiente. Pulso firme no cine-catástrofe, ainda dirigiu “Aeroporto” “Terremoto” “Inferno na Torre” por exemplo, nos anos 70.
Recorre, portanto, a um tema potencialmente coalhado de tragédias e sustos –vários morrem, alguns terão que sobreviver -, aos melhores efeitos visuais à disposição e a um elenco multiestelar para garantir as altas bilheterias.
Ele se identifica melhor com história de raízes em acontecimentos reais, o que é o caso deste roteiro. Para proporcionar conflito e torcida, confronta-se os estilos dos líderes das duas escaladas. De um lado, está o sereno e prudente Rob Hall (Jason Clarke); do outro, o destemido e individualista Scott Fisher (Jake Gyllenhaal). Os dois já trabalharam juntos, mas as diferenças no enfrentamento dos riscos do alpinismo os separaram.
Com todos os personagens-chave a caminho do topo da montanha, as maiores emoções certamente pertencem a sequências de risco nas alturas e despenhadeiros, que as versões 3D e IMAX colocarão em melhor destaque. Quem tem vertigem pode não gostar muito, porque a altitude parece mesmo muito real nestes momentos. A neve compacta adiciona um componente de sofrimento aos alpinistas nas mesmas situações.
O diretor faz sua escolha: pesar no eixo melodramático, em que ficam cada vez mais claros os impulsos quase suicidas e os perigos da grande tempestade que se aproxima. Isso fica mais evidenciado quando os dois grupos chegaram ao topo do Evereste. Jake Gyllenhaal consegue mais uma performance bem acima da média. (FraM Martins).
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