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Friday, February 06, 2009

Artistas plásticas - as dificuldades

As mulheres venceram um percurso muito limitante, foram silenciadas nas artes onde não passavam de amadoras de segunda categoria até chegarem às aclamadas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.


As artistas plásticas do século XIX foram silenciadas e desprezadas era como se as artes fossem um território exclusivamente dos homens. Quem queria seguir na carreira, o meio mais prático era a Academia de Belas Artes, responsável pela formação de profissionais. Mas, enquanto batalhões de artista homens eram formados, raras eram as mulheres que conseguiam ingressar pois eram vistas de modo pejorativo, inferiorizadas, tinham de se contentarem com o rótulo de amadoras. Restavam-lhe às artes menores, nada de telas gigantes em exaltação relativos aos eventos da agenda nacional. Para as mulheres o gênero pictórico recomendados eram naturezas-mortas ou retratos. A mulher cresceu com essa avaliação inferiorizada. Toda essa limitação imposta às mulheres acabaram lhes colocando em lugar secundário e muitas no esquecimento. Nesse período a chance de profissionalização era mínima, restava a profissão de parteira às mulheres, até que a abertura dos cursos femininos de medicina, no ano de 1879, representou um sopro, uma revolução vinda dos lados da república.


Não nas artes


Porém, no campo das artes a aceitação da mulher como artista seria mais lenta, e somente no início do século XX as mulheres galgaram a profissão de artista plástica, mas ainda com ressalvas, deveriam atuar em temas mais leves. Apesar de aparente avanço ao ingressarem na instrução artística, tal instrução seria desigual. As diletantes, como eram chamadas, eram limitadas aos temas referentes a beleza decorativa ou assuntos domésticos. Os modos como as mulheres tinha sua produção descrita: 'feminina', suaves, delicada , graciosa. Enquanto os homens eram exaltados com adjetivos: fortes, másculos e vigorosos demarcaram o território masculino e feminino nas artes plásticas. Outras melhorias estavam por virem como escoadouros de artistas o Liceu de Artes e Ofícios, ateliês particulares e até ambientes doméstico espelhados em mães cultas. Enquanto Paris se firmava como metrópole com outros espaços para formação de artistas, no Brasil a condição da mulher nas artes plásticas era limitante. Moças de boa família não podia se quer pensar na carreira, ainda mais em pintar um nu com modelos vivos, tudo isso eram impeditivos. Essa limitação levaria algumas brasileiras estudar na França, e tiveram um aprendizado de conteúdo mais sólido.

Uma das primeiras a romper esta barreira foi Julieta de França, que aos 25 anos partiu para Paris, e para isso teve de lutar contra a falta de incentivo da Academia Brasileira de Arte, que lhe acusava de ter surtos de nervosismo. Outra que se rebelou contra os moldes de ensino nas artes plásticas para mulher no Brasil, a retratista Helena Pereira da Silva Ohashi, que encontrou na viagem mais do que aprimoramento técnico, se livrou do ambiente provinciano. Tem casos familiares onde filhas de artistas que cresceram com o apoio dos pais tornaram-se personalidades nas artes. Por exemplo Angelina Agostini, filha do renomado caricaturista Ângelo Agostini e da pintora Abigail de Andrade, que fez belas pinturas do cotidianos e lindos autorretratos. A escultora Margarida Lopes de Almeida, filha dos escritores Filinto de Almeida e de Júlia Lopes de Almeida é um outro exemplo de pessoas nascidas entre às artes. Apesar de não ser filha de pais artistas, Berthe Worms [pt.wikipedia.org ] pintou a urbanização paulistana. Já a pintora Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, se negava dar informações sobre familiaridades. Enquanto isso, Georgina de Albuquerque [obra] disputava na mesma raia com os homens. Produziu telas grandiosas entre as quais Leopoldina, retratada como a artífice da independência. Essas pequenas ousadias tomam outra dimensão quando comparada ao ambiente masculino que até então dominava. Ou seja, um longo caminho foi percorrido antes de se chegar às aclamadas Anita Malfatti, Tarsila do Amaral.

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