Exposição apresenta 45 registros fotográficos de Aurélio Becherini o primeiro fotojornalista da cidade. Na mostra aparecem as fachadas dos prédios com cartazes, personagens de rua e propagandas nas paredes.
O italiano Becherini foi o primeiro a ter uma preocupação com a organização a memória da cidade ao reunir trabalhos de vários profissionais de sua área. Logo no início do século XX quando a cidade de São Paulo vivia sua fase de transição, e Aurélio Becherini {1879-1939} havia acabado de chegar paramentado com sua câmera ganhada como presente, saiu às ruas em buscas de bons ângulos, documentando e prevendo a transformação da cidade, que ele fotografava insistentemente.
Foi o primeiro fotojornalista paulistano, publicando suas fotos no jornal o Estado de São Paulo, e também o primeiro a organizar a memória imagnética da cidade. Boa parte desses registros fotográficos podem ser vistos na exposição São Paulo em Transição, organizada pelo pesquisador e curador Rubens Fernandes Júnior. São imagens que mostram uma cidade em ebulição, que aos poucos vai se ‘metropolizando’; vai jogando ao chão seus casarios que dão lugar aos edifícios. Assim o italiano da Toscana, foi não somente registrando com sua câmera, mas apontando os rumos da arquitetura paulistana, que estava fadada a desaparecer.
Becherini
Não se tem notícias que tenha trabalhado para algum estúdio. Mas sempre era visto perambulando de câmera em punho. Meio repórter fotográfico de São Paulo, colaborou para jornais como o Correio Paulistano, Jornal do Comércio, e para revistas como por exemplo A Cigarra, Vida Doméstica e Cricri. Seu trabalho encantou o então prefeito de São Paulo, Washington Luiz, que o contratou para registrar as transformações da cidade. Muito interessado no trabalho, Becherini compra fotografias que já haviam sido feitas por outros profissionais também interessados na documentação iconográfica. Entre eles Augusto Militão de Azevedo [1837-1905 - leia mais http://formasemeios.blogs.sapo.pt/550573.html], Guilherme Gaensly [1843-1928] e Valério Vieira [1862-1941 - leia mais http://formasemeios.blogs.sapo.pt/570612.html]. Dessa forma ele conseguiu elaborar um álbum comparativo da cidade em obras por seu olhar nada convencional.
Em 1934, Becherini se antecipa e oferece seus arquivos fotográficos ao então prefeito Fábio Prado, que tinha no Departamento Cultura - recém criado -, Mário de Andrade, que aprovou a compra. O encarregado de limpar e identificar o material fotográfico ficou a cargo de outro fotógrafo Benedito Junqueira Duarte. Assim nasceu a seção de iconografia do Departamento de Cultura.
Aurélio Becherini
Avenida São João, 473
[11] 3397-0000
Horário: 12h00 às 21h30
Até 30/11 - grátis
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