Dois controvertidos artistas contemporâneos radicados na França têm seus trabalhos expostos em uma retrospectiva na Whitechapel Gallery, em Londres, 14 de novembro.
Pierre Klossowski e Hans Bellmer ficaram conhecidos por suas posições radicais nas representações do corpo, muitas vezes eróticas, e desenvolveram suas carreiras artísticas cercados por grandes nomes do meio literário e dos círculos intelectuais.
O francês Pierre Klossowski, também escritor, historiador, teólogo e filósofo, ficou conhecido por suas imagens alegóricas e mitológicas de corpos em um mundo de intensa violência e paixão. Klossowski estudou filosofia e começou sua carreira como escritor e tradutor de livros de autores como Kafka e Nietzsche. A carreira artística começou por acaso, aos 49 anos, quando decidiu fazer ele mesmo as ilustrações para sua trilogia erótica 'Roberte, ce soir', depois de não ter ficado satisfeito com os desenhos feitos por seu irmão, o pintor Balthus.O artista começou a usar lápis coloridos em 1972 e exibiu suas obras na França, Itália e Suíça, chegando a fazer exposições no México e Japão no fim dos anos 80. Seus desenhos foram aclamados por pensadores como Gilles Deleuze e Michel Foucalt.
Sadismo e maquiagem
O alemão Hans Bellmer, o outro artista com retrospectiva na Whitechapel Gallery, teve uma trajetória bastante diferente, mas não menos bem-sucedida. Seu trabalho com bonecas - que ele montava e desmontava, e depois fotografava obsessivamente - começou junto com a emergência do Terceiro Reich. Com as bonecas, ele se concentrava em criar seres artificiais, nos quais ele podia projetar seus desejos reprimidos, transformando-as em objeto de fetiche em cenários teatrais que, por vezes, sugeriam a prática de sadomasoquismo. O tom desafiador de Bellmer surgiu quando ele ainda era muito jovem. Ele costumava confrontar a figura autoritária do pai usando maquiagem e chegou a se vestir de mulher quando tinha 21 anos.
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