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Friday, October 26, 2018

Autobianchi: escola italiana de carros

Empresa fundada em 1955, na cidade de Désio- Itália formada a partir da cooperação técnica e financeira entre as fábricas Edoardo Bianchi [de onde se originou o nome] , Pirelli e Fiat. Tendo esta última assumido o controle total da fábrica em 1967. Em caráter experimental, Edoardo Bianchi preparou um carro médio de quatro cilindros, cuja fabricação limitou-se a alguns exemplares. 

Apesar das dificuldades impedir a continuidade do modelo, as instalações em Désio tinham capacidade para a fabricação de veículos em larga escala. Isso levou o engenheiro Ferruccio Quintavalle, em 1954, a despertar o interesse da Fiat e da Pirelli para o potencial automobilístico da Bianchi, que deu à nova empresa o patrimônio e as instalações de sua fábrica, ficando com 33% de participação acionária. A Pirelli ampliou, dessa forma, o campo de utilização de seus pneumáticos. Quanto à Fiat, os motivos que aparentemente a levaram a participar do consórcio foram seu interesse em produzir automóveis subsidiários e a possibilidade de utilizar a Autobianchi como laboratório de experimentação de novas soluções [como a tração dianteira] sem comprometer seu próprio nome.

PRODUÇÃO

O primeiro carro lançado no mercado com a marca Autobianchi, foi a Bianchina no ano de 1957. Um pequeno sedã de dois lugares, motor de dois cilindros em linha, de 15 cv, [logo aumentada para 16,5 cv] e com cilindrada de 479 cc, alojado na parte de trás. Com carroçaria de duas cores, projetada por Fábio Rapi , o carro tinha grandes pretensões estilísticas o que fazia da Bianchina elegante, além de popular. No primeiro ano, a empresa produziu 11 mil veículos. Esse sucesso, que mais tarde levou a diversificação de modelos. A Bianchina Normal e Special, 1959- com 4 portas. A Panorâmica, -1960-, a conversível e o furgão. 

Entre 1964 e 1966, foi produzida a Stelina, Spider de dois lugares com carroçaria em fibra de vidro, equipado com motor Fiat 600 D. O modelo não obteve sucesso. Em 1969, lançaram a A 111, com tração dianteira fabricada pela Autobianchi, e motor da Fiat 124 Special [ 1438 cc, 75 cv] , freio a disco e a barra de direção, com vários segmentos não-axiais e ligados por juntas universais. A a 112, também de 1969, tinha linhas compactas, totalmente equilibrado quanto às relações de dimensões externa e interna; o tanque colocado à frente das rodas traseiras, o que aumentava a segurança. Devido sua carroçaria esguia tornava o carro mais ágil do que os modelos Fiat correspondentes. Porém seu custo era mais elevado. O carro, antecipou os esquemas da Fiat 127 quanto ao motor: um 850 esporte montado em posição transversal dianteira. 

O FINAL

Totalmente incorporada pela Fiat, em 1967, a fábrica permaneceu como subsidiária com a nova denominação de Azienda Fiat. A empresa presta serviços auxiliares para outras marcas. Por exemplo, ao término da produção da Bianchina, transferiu-se para suas instalações a montagem da 500 Normal, a 500 Giardineira e a 600 Múltipla versão táxi. Atualmente, com a compra , pela Fiat, de parte das ações da Citröen, a rede comercial e assistencial da Autobianchi passou a atender também aos carros da fábrica francesa. Caso talvez único na história recente do automobilismo.

[Francisco Martins - reportagem publicada na versão impressa de revista Clássicos Automotivos, SP\Brasil]

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