Artista sensível soube como poucos integrar artes plásticas e arquitetura. Sua parceria com Lelé mostra a intimidade da arte com a arquitetura.
BRASÍLIA /DF, [Agência FM] 31 de julho - O artista carioca que além de ter adotado Brasília para morar também foi um dos responsáveis pela transformação de uma utopia em realidade, a cidade planejada de Brasília, Distrito Federal em realidade. Ele morreu na quinta-feira, 31 de julho aos 90 anos e sofria de mal de Parkinson desde 1989. Seu trabalho nem sempre é notado pelos transeuntes, as vezes passa despercebido para milhares que circulam como por exemplo o relevo do Teatro Nacional de Brasília, os painéis no interior do Palácio do Itamaraty, a parede externa da igreja Nossa Senhora de Fátima feita em azulejos ou o painel para o Memorial JK. Ele sabia conciliar caráter público e coletivo em seu trabalho. Artista completo, transitava pela fotografia, escultura e desenho com a mesma liberdade e talento. Segundo Bulcão, suas influências vieram de mestres como Paul Klee, Delacroix e Cézanne e a portuguesa Vieira da Silva. Entretanto, se definia como um autodidata.
Athos Bulcão nasceu em 2 de julho de 1918, no Rio de Janeiro, e no final dos anos 1930 abandonaria o curso de medicina para se dedicar somente às artes. Em 1940 conheceu Oscar Niemeyer, e nascia uma duradoura parceria. Foi com Niemeyer que Bulcão aprendeu tudo sobre escala arquitetônica. Trabalhou como assistente de Cândido Portinari sendo o polêmico painel São Francisco de Assis, para a Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte/MG um dos mais reconhecidos. Sempre atento as transformações na arte, desenvolve fotomontagens e flerta com o concretismo e abstracionismo. No ano de 1958, muda-se para Brasília onde tem sede a fundação Athos Bulcão, criada em 1992, e funciona na Secretaria de Cultura. Segundo o artista o que fez morar em Brasília foi o anonimato e o silêncio. Impossível viver no anonimato depois de obras como as realizadas para unidades da rede de hospitais Sarah Kubitscheck em todo o Brasil.
Bulcão foi a peça mais útil na integração da arquitetura com as artes plásticas. Como artista plástico é ele o detentor da mais extensa obra em lugares público, a consagração para qualquer artista. Athos Bulcão é um daqueles raros fenômenos; tudo o que a vertente construtivista imaginava, relação a arte, sociedade, arquitetura e indústria, ele transformou em realidade. Levou a processo construtivista às últimas conseqüências. Bulcão foi velado no Palácio Buriti /DF, não era casado e não deixou filhos. Mas deixou uma herança para todos os brasileiros admiradores da arte. {Fotos: www.brasiliaemdia.com.br }
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