Friday, June 01, 2007
FRANZ HEISE - VIDA E OBRA
Seu trabalho lhe rendeu muitos elogios mas não o bastante para mantê-lo na elite de artistas mortos com retrospectivas ou livro.
Nascido no dia 11 de maio de 1891 - provavelmente, em Hamburg - Alemanha, chega ao Rio de Janeiro no final da década de 20, para em meados de 1950 mudar para São Paulo. Heise era um artista de excelência acadêmica, foi discípulo de Carl Bennewitz e Rheinhold Begas[1831 - 1911], tendo realizado uma exposição com este último na Nationalgalerie . "Heise era extremamente católico, o irmão foi sempre muito generoso para com a Igreja" comenta Pe Arlindo - do verbo Divino. Outro que faz questão de salientar a generosidade do artista é o monsenhor Walter Caldeira, da igreja onde ele viveu. Por quase toda sua vida no Brasil ele residiu no sótão de uma Igreja na Zona Leste de São Paulo, com sua esposa Marta, onde ele realizou quase todas às obras sacras lá existente, e onde viria a falecer. Amigo de personalidades artísticas da época, seu trabalho foi elogiado por muitos deles como sendo um grande escultor. Entre suas obras estão a cabeça do maestro Walter Burle-Marx , irmão do renomado arquiteto que declarou: "Conheci-o muito e era um camarada que tinha capacidade, uma habilidade muito grande mas era acadêmico... e acadêmico no Brasil! não vinga, sei que ele esteve preso durante a Guerra Mundial" disse Roberto Burle-Marx em entrevista a Maria Cristina Burlamaqui e Lúcia Gouvêa Vieira.
Outras obras de real importância também foram produzidas pelo artista tais como o busto do Conde de Afonso Celso, dr. E. J. Gordon, [gesso] busto do professor Agache, Sr. K.K. [ gesso alto relevo ] e o busto de Yolanda Pereira [Miss Universo 1 930] além de a cabeça do Maestro Walter Burle -Marx entre outras. Heise fez várias esculturas de animais sob encomenda de zoológicos brasileiros, porém a maioria desapareceriam, ou melhor, foram para lixos públicos.
Entre os grandes
Participou do Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro - 1931 [12 de setembro] a 1933, e expôs com nomes importantes da arte brasileira como por exemplo, Cândido Portinari, John Graz, Tarsila do Amaral, Dimitri Smailovitch, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Carolina Penteado da Silva Telles entre outros. Ou seja, o crème della crème da arte brasileira. No Salão Pró-Arte, juntamente com Léo Putz [1869 - 1940], Hans Reyerscbach, Paulo Rossi Osir, Lothe Bogdanoff e Franz Heise, estes dois últimos escultores e pertencentes à escola e aos preceitos expressionistas, uma forte corrente e vigente da arte alemã. Na Alemanha, Heise realizou obras públicas como às Valkírias. Com Carl Bernewitz ele tomou gosto pela escultura. Mas foi com Rheinhold Begas com quem Heise desenvolveu toda sua técnica e influência naquele país, ou seja, ele debruçou-se sobre suas obras, as estudou profundamente. Seus moldes em gesso demonstravam todo o período em que fora seu discípulo. Como disse Roberto Burle-Marx, seu academicismo sem concessão talve tenha sido a causa de seu isolamento em um sótão de uma Igreja. Muito meticuloso, sempre que iria realizar uma obra, havia um certo esmero também nos croquis o que também transformam-na em uma segunda obra de arte. Mulheres nuas, anjos e painel sacro onde oração como o Padre Nosso é retratado em todas as palavras; é de encher os olhos de qualquer apreciador de arte. Infelizmente, maioria de seus trabalhos encontram-se jogados no lixo em algum depósito público, na baixada fluminense, Rio de Janeiro ou em outros estados como Bahia e Paraná onde consta decoração da fachada da Igreja Pallotinos. Informações sobre o artista na imprensa da época é outra dificuldade, quando encontrada, além de estar em alemão o estado de conservação é péssimo. O artista faleceu por problemas típicos da idade em 10 de julho de 1977, logo após a morte de sua esposa Marta , em 23 de junho do mesmo ano. [Francisco Martins ]
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