Construir redes mais eficientes e seguras com base em arquiteturas alternativas à internet. Esse é um dos principais objetivos do First Fibre Open Workshop que apresentará – em Salvador (BA), nos dias 26 e 27 de novembro – os primeiros resultados do projeto que prevê o desenvolvimento, implantação e validação de uma rede para experimentação (testbed) em internet do futuro.
Anunciado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do MCTI, no final de 2011, o projeto Future internet testbeds/experimentation between Brazil and Europe (Fibre), ou, por tradução livre, pesquisa experimental da internet do futuro entre o Brasil e a Europa – prevê a implantação, no país, de um laboratório de porte nacional para experimentação em internet do futuro, em conexão permanente com similares europeus.
Uma das atrações do workshop é a apresentação de um panorama mundial sobre os projetos em internet do futuro, pelos especialistas Jacques Babot (Europa), Ivan Seskar (Estados Unidos), e Jong Won Kim (Ásia). A expectativa dos organizadores é de que no próximo evento abra espaço para a “chamada de trabalhos”, além de servir para apresentação dos resultados da rede experimental .
O projeto é um dos cinco aprovados na chamada coordenada Brasil-União Europeia (nº 066/2010) em tecnologias da informação e da comunicação (TICs). O evento, apoiado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – permitirá desenvolver o primeiro testbed brasileiro de larga escala para esse tipo de experimentação, levando em conta experiências semelhantes de outras partes do mundo.
Iniciado em outubro de 2011 e com duração de 30 meses, o Fibre tem a participação de 16 instituições. Na parte brasileira, estão a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Salvador (Unifacs), RNP e o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações). Do exterior, participam I2CAT (Espanha), UTH (Grécia), UPMC (França), Universidade de Bristol (Reino Unido), Networks (Itália) e NICTA (Austrália).
As pesquisas em internet do futuro também visam formular e avaliar arquiteturas alternativas para substituir ou fazer evoluir a atual, baseada no protocolo IP. Nesse contexto, duas abordagens estão em discussão. A primeira, denominada “revolucionária” ou “tábula rasa” (clean slate), visa trocar a arquitetura atual por uma nova, totalmente reconstruída. A segunda, chamada "evolucionária" introduz inovações à estrutura da web existente hoje, sem perder a compatibilidade com ela.
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