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Friday, February 10, 2006

Bancos indígenas - Entre a função e o rito

A mostra tem uma introdução com seis peças arqueológicas, com o objetivo de mostrar ao público a antiguidade da simbologia dos bancos e as dimensões históricas, estéticas e técnicas desses artefatos nas sociedades indígenas. Entre outros, estão expostos os bancos indígenas mais antigos do Brasil - os banquinhos de cerâmica Marajoara, uma cultura indígena que floresceu na Amazônia entre os séculos V e XV. Também estão em exibição 58 bancos contemporâneos de outros 16 povos indígenas. Esculpidos diretamente na madeira maciça, sem encaixes nem emendas, não se pode encontrar sequer um exemplar idêntico a outro. Muitos têm forma de bichos, enquanto outros apresentam formas retas, simples. Peças arqueológicas em cerâmica que representam indivíduos sentados em bancos em contextos rituais xamanísticos e funerários, como as estatuetas da cultura Santarém (séc. X a XVII) e as urnas funerárias da cultura Maracá (séc. XV e XVIII). Estas peças sugerem que o uso dos bancos entre os índios da Amazônia tem na sua origem a demarcação de papéis sociais. As peças arqueológicas pertencem aos acervos do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.

Colecionador de Campinas

O objetivo da exposição é trazer essas peças históricas para fazer uma ponte entre a arqueologia, a etnografia e o design contemporâneo. Os bancos indígenas nos ensinam como os objetos podem ser o resultado de longas tradições que foram se transformando no decorrer do tempo e como a aparência que adquirem hoje pode ter sido moldada por antigas práticas rituais não mais existentes. Os 58 bancos de 16 povos indígenas estarão representados os Asurini, Kayabi, Kalapalo, Kamayurá, Karajá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Suyá, Tapirapé, Tukano, Wai Wai, Waurá, Wayana-Apalaí, Yawalapiti e Yudjá, povos que vivem nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Tocantins. Estes bancos fazem parte da coleção de Rubem Pereira de Ávila, um engenheiro de Campinas (SP), que se apaixonou pela cultura material indígena e já coletou mais de 3.500 peças. Bancos indígenas. Entre a função e o rito enfatiza a diversidade de formas e grafismos desses objetos que, embora tenham apenas uma função de uso, estão impregnados de uma importante dimensão simbólica. Assim, é comum o banco ser usado de forma a diferenciar socialmente os indivíduos, separando os homens das mulheres, os jovens dos velhos e certos homens, como os chefes e os xamãs, do restante da aldeia. Além disso, entre quase todos os povos que fabricam os bancos o tamanho do banco está diretamente relacionado à idade dos homens e ao prestígio dos xamãs. [Leia mais em Formas&Meios atualidades, arte e cultura: www.revistaformasemeios.jex.com.br

Serviço
Exposição: Bancos indígenas - Entre a função e o rito
Visitação: de 15/2/06 a 30/4/06 / terça a domingo, das 10h às 18h
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano
Tel. 3032-3727 - Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00
[ Domingo sempre gratuito]

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