Zezão: o artista do subterrâneo

Zezão escolheu as galerias subterrâneas para mostrar sua arte. Ele é um grafiteiro de São Paulo, e tem várias obras espalhadas pelos esgotos da cidade.

Há alguns anos que desenhos e mensagens de graffiti aparecem nos esgotos da cidade de São paulo, um lugar nada convencional, e deixa os funcionários da manutenção intrigados. Zezão é o nome do artista das galerias subterrâneas de São Paulo, e até o ano de 2004 ninguém havia prestado atenção em seu trabalho e mensagem quase efêmera. O ano de 2006 começa bem para o grafiteiro que se prepara para mostrar sua arte na Galeria Choque Cultural, fundada em 2004 e voltada às artes alternativas como a de Zezão. Anteriormente jamais ele recebera um convite para expor seu trabalho em espaço cultural ou galeria. Porém, sua oportunidade veio na Galeria Choque Cultural, que abre espaço para artistas populares além de funcionar como um ponto de encontro tenta valorizar artistas assim como ele, além de dar mais opções aos apreciadores de artes, visto que o graffiti aqui no Brasil é considerado assim. Dentre os grafiteiros que expõem na galeria Zezão é o mais recente e apresenta um trabalho curioso além de ser conhecido como o verdadeiro artistas das galerias, que escolheu os subterrâneos entre ratos, baratas, habitantes e transeuntes da noite entre outros bichos para expressar seu protesto social, ou seja, levar sua arte aos menos favorecidos, os miseráveis e os abandonados e excluídos da sociedade que não tem nenhum tipo de politicas públicas quer do Estado ou do município. Enquanto isso, ele mostra nos canos dos esgotos da cidade seu trabalho. Para quem mesmo assim ainda contestar a sua escolha de mostrar seus trabalhos em esgotos, Zezão tem uma resposta na ponta da língua "Os que habitam o subterrâneo são o meu melhor público", diz o graffiteiro.

Um pouco de história

O graffiti tanto em latin quanto em italiano quer dizer escritos a carvão. Tambvém era uma forma de os romanos se expressarem através das paredes, onde lá escreviam protestos, profecias e manifestações. Já nos Estados Unidos, os precursores do graffiti-movimento foram os jovens negros do branx [Nova Iorque], na década de 1970, que deixaram de lado o carvão e passaram a usar o spray, dando mais cores e visibilidade as suas mensagens. Também era através do graffiti que algumas gangues se comunicavam em espécie de códigos. Há uma certa evolução na história do graffiti, mas apesar desta evolução e estatus de arte em alguma parte do mundo, o graffiti ainda sofre preconceitos da sociedade, principalmente.

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