João Rubinato, mais conhecido por Adoniran Barbosa, adotou o pseudônimo em 1935, em homenagem aos dois amigos Adoniran Alves e Luís Barbosa. Com o sucesso de "Saudosa Maloca" ele comprou um terreno na Cidade Ademar, zona sul paulistana, e com o dinheiro de "Trem das Onze" construiu sua casa no terreno.
Nascido em Valinhos, interior do Estado de São Paulo, em 6 de agosto de 1910, o sétimo filho de um casal de imigrantes italianos, vindos de Veneza. Ainda menino, mudou-se com a família para Jundiaí, interior de São Paulo, onde estudou, um tanto quanto forçado até o terceiro ano primário. Foi no tempo de escola que ele começou a trabalhar como ajudante do pai no carregamento de vagões da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Depois desenvolveria vários ofícios como entregador de marmitas e varredor em uma fábrica de tecidos. No anos de 1924, por causa da Revolução, sua família mudou-se para Santo André, Grande São Paulo {ABC} onde continuou como um faz-de-tudo: foi tecelão, pintor, encanador, serralheiro e garçom, na casa do então Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras. Depois, fez o curso de metalúrgico ajustador, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, mas não se deu bem na nova profissão: o esmerilhamento do ferro prejudicava-lhe os pulmões. Procurou outros trabalhos: mascate, vendendor meias, e em sua caminhada Adoniran Barbosa seguia cantando.
Caixa de fósforo
Sua primeira parceria foi com uma caixa de fósforos haja vista que andava sempre batucando-a. Dessa época, os sambas "Minha vida se consome", parceria com Pedrinho Romano e Viriato dos Santos, e "Socorro", outra composição com Pedrinho Romano. De emprego novo, em uma loja de ferragens, ele passava obrigatoriamente pela Rádio Cruzeiro do Sul. Ali, ficou conhecendo alguns artistas. Todo sábado Adoniran participava do programa de calouros da Rádio e, depois de muito tentar, finalmente foi aprovado no programa de Jorge Amaral, em 1933, cantando 'Filosofia', de Noel Rosa. Sua extensão vocal curta e rouca não era nada atraente na época em que se destacavam nomes como Mário Reis e Francisco Alves. Então, ele passou a cantar em um programa semanal com duração de 15 minutos, acompanhado por conjunto regional. No repertório, sambas de outros compositores mas, sendo uma espécie de 'disc jockey', sempre que possível deixava escapar um ‘sambinha’ de sua autoria. Em 1935, Adoniran ganhou o concurso carnavalesco da Prefeitura de São Paulo com a marchinha "Dona Boa", composta em parceria com Jota Aimberê. O dinheiro do prêmio, que seria para comprar um paletó, foi gasto na comemoração com os amigos. "Dona Boa" foi a primeira composição de Adoniran a ser gravada, na gravadora Columbia, por Raul Torres. Nesse ano, compôs ainda em parceria com Totó, o samba "É cedo"; com Pedrinho Romano "Teu orgulho acabou" e com J. Moura Vasconcelos a marcha "Teu sorriso".
Animador de programas
Adoniran passaria a trabalhar na Rádio Cruzeiro do Sul como cantor e animador de 1935 a 1940, enquanto continuava a compor, e em 1936, compôs "Agora podes chorar"; "Pra esquecer" e "Se meu balão não se queimar" com Nicolini; "Um amor que já passou", com Frazão; "Chega", parceria com José Marcílio; e "Malandro triste", com Mário Silva. Em 1937, as composições "Adeus, escola...",parceria com Ari Machado e Nilo Silva, "A Canoa Virou" e "Você é a melhor do mundo", com Raimundo Chaves, "Não me deu Satisfações" e "Você tem um jeitinho", com Nicolini. No ano de 1938, somente uma composição "Mamão", em parceria com Paulo Noronha e Raimundo Chaves. (Foto: Maurício Cardim) Matéria Completa sobre o centenário de Adoniran Barbosa http://formasemeios.blogs.sapo.pt/720030.html
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