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Saturday, October 27, 2007

Apenas amor


Poesia de Paula Suntack aponta para novos rumos da poesia brasileira, é moderna e qualitativa e revigorante para literatura.

"Acordo olho o armário vazio
Suas coisas não existem mais.
O desespero toma conta de mim
A tua imagem não sai do meu olhar.
Fico louco em saber que jamais irá voltar.
Meus sentimentos se foram
E restou o vazio no peito.
Levanto-me e caminho até a sala
A casa revirada
Retratos rasgados
Coisas quebradas.
Desejo você aqui.
Olho ao redor, estou só.
Imagino quando irá voltar
Quando novamente seremos dois.
Tua falta está presente
Meu inconsciente grita de dor.
A loucura toma conta de mim.
Quero lutar, quero ir atrás de ti
Mas algo me segura.
Ajoelho-me e choro
Você nunca vai voltar.
As horas passam, meu peito chora.
Sua voz e seu cheiro me assombram
Não sei o que faço.
Momentaneamente sinto um instalo no peito
Acho que vou morrer.
Vem o silencio
Somente ele me resta
Meu único companheiro
Não quero ficar assim
Quero tirar você de dentro de mim
Mas quando
Quando conseguirei
Não sei.
Luto contra meus sentimentos
Contra os pensamentos
Idealizo uma vida sem você
Não consigo me mover
Não consigo sair daquele lugar
Estou petrificado
Olho para a porta da frente
Ouço um barulho.
Quem poderá ser?
Não quero abrir
Mas batem sem parar
Tenho que abrir
Mesmo não querendo,

Pois irão ver meu sofrimento
Ao abrir a porta uma surpresa
Você esta ali
Na minha frente
Com olhos vermelhos de chorar
Com as malas no chão
Pedindo-me perdão.
Olho em seus olhos
Abraço seu corpo
E vejo que todo desespero passou
Que o coração que sangrava de dor
Não existe mais
Pego em sua mão

Aperto-te novamente contra o peito
Sinto seu cheiro, sinto teu calor.
Puxo-te pra dentro
Fecho a porta
E faço amor com você
Entre retratos rasgados
Coisas quebradas
E percebo
Que ali esta
O nosso amor verdadeiro
Amor de coração puro
Amor violento
Amor que delira de prazer
Amor que sofre de dor
Apenas nosso amor".


[Paula Suntack]

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