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Saturday, January 27, 2007

Parque Shanghai: Cidade das diversões

Existia uma época  em que os paulistanos se divertiam sem medo. E foi no Parque Shanghai onde os privilegiados curtiram seus melhores dias. O povão, ficava praticamente na parte de fora, observavam através das grades

Começo dos anos 50 ao final de 1960, ainda fazia muito frio e a garôa caia sem parar na cidade de São Paulo. O Parque de Diversões Shanghai foi testemunha da elegância e romantismo daquela época. Era tradição: todo parque de diversões e circo da época tinham “a hora do rádio”. E foi exatamente neste ponto que o Shanghai conquistou os paulistanos. Um circo gigante com muitas atrações - inclusive internacionais-, e convidados famosos do porte de Orlando Dias, por quem as mocinhas deixavam cair lágrimas, abandonavam um pouco os bons modos e sussurravam baixinho despertando ciúmes em seus parceiros. O parque apresentava comediantes como Venâncio e Corumba, Piracy, cinema e restaurantes entre outros. Mas, a paquera talvez tenha sido o ponto mais forte do parque. A maçã do "amor " quando enviada para uma senhorita significava intensão de enamorá-la.

O curioso era que a maçã deveria ser entregue primeiramente ao pai da moça e, somente depois, à destinatária. O rádio estava em pleno desenvolvimento. A Rádio Piratininga, São Paulo tinham interatividade com o parque: todas as atrações que por lá se apresentavam também iam parar no Parque Shanghai. Na chamada “hora do rádio", Músicas eram oferecidas para uma amiga ou esposo. Ninguém era afoito o suficiente para identificar de uma vêz sua pretendente. Sempre se usava um subterfúgio que vinha através da voz grave do locutor:: "José dedica essa canção com muito amor e carinho para senhorita de vestido vermelho e de laço branco no cabelo", informava.

A FAMA DO PARQUE

A elegância européia, específicamente, parisiense estavam presente nas "capas", sobretudo. A estrela da música espanhola., Sarita Montiel , de passagem para uma Avant-premier de seu filme - La Violetera, no cine Itapura, sentiu-se seduzida a conhecer o parque, denominado de "cidade das diversões. Para as crianças cavalinhos, palhaços-fofoletes, marionetes deixavam-nas de boca abertas. Auto "Robot" e carroussel. Os animais eram utilizados apenas para serem fotografados junto às crianças. Localizado na Várzea do Carmo - nas confluências das Av Passos e Avenida do Estado, o Parque Shanghai funcionou até meados dos anos 60, desapareceu não deixou vestígio.

O circo que fora instalado às pressas - da noite para o dia -, não se sabe o nome de seu verdadeiro proprietário. Diziam chamar-se Walter. Segundo um morador das imediações, Rubens Francini, afirmou que tudo que ficou do Parque Xanghai quando de seu "sumiço" foi a enorme roda gigante de Viena. Ainda segundo Rubens, a roda teria sido construída em 1817, em Viena - Áustria e media 64 metros de altura, a estrutura de ferro pesava 430 toneladas, 61 metros de diâmetro e velocidade: 2,7 quilômetros por hora e pesava 245 toneladas. No aniversário de 4º centenário da cidade de São Paulo, em 1954, aquele que seria um dos grandes nomes do acordeon paulistano, Mário Zan, apresentou-se juntamente com "sua bandinha", apresentado por Ivo de Freitas. [Francisco Martins]

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