Pages

Monday, January 17, 2011

Aluísio de Azevedo - 1857-1913 -


Crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições, o romancista Aluísio Azevedo abandonou as tendências românticas em que se formara para tornar-se, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola, o criador do naturalismo no Brasil.

Preocupado com a realidade cotidiana, seus temas prediletos foram o anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios, o povo humilde. Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís MA em 14 de abril de 1857. A chamado do irmão, o teatrólogo Artur Azevedo, viajou para o Rio de Janeiro aos 17 anos e começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes. Logo passou a colaborar, com caricaturas e poesias, em jornais e revistas. A partir da publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima de mulher (1880), exageradamente sentimental e em estilo romântico, viveu durante 15 anos do que ganhava como escritor.

Entrou na carreira diplomática por concurso, em 1895, e deu fim na carreira literária. Esteve na Espanha, Japão, Inglaterra, Uruguai, Inglaterra, Itália, Paraguai e Argentina e Portugal a serviço do Brasil.

Em O mulato, escrito de forma difenerte dos outros livros, (1881), o livro foi publicado no auge da campanha abolicionista e provocou enorme escândalo. O autor tentava analisar a posição do mestiço na sociedade maranhense de seu tempo e atacou o preconceito racial. Foi esse o início de sua fase produtiva: até 1895 escreveu ao todo 19 trabalhos, entre romances e peças teatrais. Continuou colaborando em jornais e revistas, com caricaturas, contos, críticas e novelas.

Tentou, ele mesmo, lançar em São Luís - MA - um periódico anticlerical intitulado O Pensador, no mesmo ano de publicação de O mulato. A reação hostil da sociedade provinciana e do clero fez com que voltasse definitivamente para o Rio de Janeiro. Além de O mulato, os romances que o consagraram perante a crítica e o público foram Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890), considerado sua obra-prima. No primeiro, inspirado num caso da crônica policial do Rio, descreve a vida nas pensões chamadas familiares, onde se hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital. Em O cortiço narra, em linguagem vigorosa, a vida miserável dos moradores de duas habitações coletivas.

Entre seus demais romances estão: A condessa de Vésper (1902), publicado primeiro em rodapé da Gazetinha, sob o título Memórias de um condenado (1882); Girândola de amores (1900), publicado primeiro em folhetim na Folha Nova (1882), sob o título de Mistério da Tijuca; Filomena Borges (1884); O homem (1887); O Coruja (1895), publicado primeiro em rodapé de O País (1889); O esqueleto (mistérios da casa de Bragança) (1890), publicado sob o pseudônimo de Victor Leal; A mortalha de Alzira (1893); O livro de uma sogra (1895), além dos contos de Demônios (1890). Membro fundador da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 4), O poeat Aluísio Azevedo faleceu em 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires (Argentina0, onde ocupava o cargo de vice-cônsul do Brasil.

No comments: