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Friday, May 22, 2009

100 anos de Patativa do Assaré

Patativa do Assaré é uma das principais figuras mais representativas da música do Nordeste do País do século XX, um sujeito regional e universal ao mesmo tempo.

Antonio Gonçalves da Silva, nasceu em Assaré, Caerá, em 5 de março de 1909. Nascido em uma família humilde que viviam da agricultura de subsistência. Logo cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença e aos novo orfão de pai, ele passa a ajudar sua família no cultivo das terras. Quando fez 12 anos, foi pela primeira vez à escola, sendo alfabetizado por apenas alguns meses. Foi a partir dessa época que se interessou pelo repente, passando a se apresentar em festas.
O pseudônimo Patativa, surgiu quando tinha 20 anos, por ser sua poesia comparável à beleza do canto da ave. Foi no Crato, sul do Estado do Ceará, onde participava do programa da rádio Araripe, declamando seus poemas. Em uma de suas apresentações é ouvido por José Arraes de Alencar que, convencido de seu potencial, passa a lhe dar o apoio e o incentivo para a sua primeira publicação Inspiração Nordestina, 1.956, com reedição em 1967 dessa vez com título de Cantos do Patativa. Lança em 1970 a coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas comentados, e em 1978, Cante lá que eu canto cá. Entre os anos de 1988 a 1994 foram lançados os seguintes livros: Ispinho e Fulô e Aqui tem coisa. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Faleceu na mesma cidade onde nasceu. O poeta obteve popularidade nacional, e é detentor de diversas premiações, títulos e homenagens como Doutor Honoris Causa, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, em Fortaleza,1977 e Prêmio do Ministério da Cultura na categoria Cultura Popular entregue pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso e em Assaré, Ceará foi inaugurado o Memorial Patativa do Assaré, 1999.

Estilo

Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. São poemas feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Vem daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade. Sua entonação, voz, ritmo, pausas e o pigarro além da linguagem corporal através de expressões faciais, perdem quando transcritas para parte gráfica. Patativa transitava entre todos os campos com facilidade camaleônica e capacidade.
Sua criação intelectual ainda está por ser totalmente compreendidas pelos acadêmico. É uma obra dimensionada tanto na estética quanto política. Aborda diferentes temas e outras vertentes, sempre com temática de um social-militante. Ele evoca a telúrica, filosofia, religiosa, o lirismo e um humor ácido. Tentar categorizar a obra de Patativa do Assaré não é missão fácil, pois muitas vezes são subjetivas e sem base teórica. Estes, em grande parte, baseados preconceitos e em pressuposições que direcionam a dois extremos; a idealizada do mito e a exclusão pela classe social, escolaridade entre outras. Vários eventos em comemoração aos 100 anos, entre eles um documentário “Ave Poesia” de Rosemberg Cariry. O poeta era casado com Belarmina Cidrão {Belinha} com que teve 9 filhos, faleceu em 8 de julho de 2002 em sua terra natal. {No alto, Patativa, Belinha e Rosemberg Cariry}.
{ Reportagem de Agência FM publicada na Revista Contemporânea, edição impressa n* 19, junho de 2009 . Mais conteúdo em http://www.revistacontemporanea.com.br/ ou http://www.jornalnovastecnicas.com.br/

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